30 julho 2008

Por que é tão difícil prender MEU cachorro?



   Quando eu vi Rumble Fish não era um sentimento essa coisa de liberdade. Talvez hoje ainda não seja, mas é. Levar os peixes de briga para um lugar maior, para a liberdade, era só um simbolismo. Nunca fui um peixe de briga, acho que é isso que faz eu pensar antes de sentir.

    Hoje as coisas complicaram. O pensar possibilitou que o olho visse, e a visão é um sentido, janela da alma, as grades da jaula. Não é bom ver, não é bom se sentir oprimido. Daí a gente segue fazendo o que faz, o que sempre fez.

    Ao olhar no olho do meu cachorro(ainda sem nome, pois Téin éin não é um nome, é um som, mas com personalidade, vida, vontade... e isso sim é o que importa) e sentir o amor, sentir pelo, senti-lo: eu vivo. Cachorro, porque vive só com gente, ou mais com gente, do que cachorro, é quase gente. Fazem tudo pra chamar a atenção, surtam, choram... Gente é quase cachorro?

    Como eu seria se tivesse um cachorro quando menor (eu mais novo)? Será que ia ser mais fácil dizer tchau pra ele, deixá-lo só, provavelmente com fome, e, o pior de tudo, também privado da escolha de onde ir. Limitado por uma cerca, um muro,um portão, um dono!

    Sinto um revertério no estômago (meu verdadeiro coração) de multi-significados. O mais escalafodético é quando vejo que estou reproduzindo, impondo minha realidade de enjaulado-domesticado, para ele, que não devia ter nada a ver com isso.

    Tragicamente pagamos pelas escolhas de nossos ancestrais, eu e o meu cachorro (?)!